Dos filhos desse solo és mãe gentil… Mesmo?

Tenho escutado cada vez mais relatos emocionados de pessoas que vibram a cada vez que a nossa seleção brasileira entra em campo e nossos compatriotas extrapolam o tempo permitido pela Fifa para a execução do Hino Nacional. Momentos incríveis, memoráveis, em que dá aquele aperto no coração e aquela lágrima emocionada escorre sem a gente nem notar. Nosso hino é com certeza um dos mais belos em letra e música, é realmente emocionante ouví-lo tocar e a galera cantando com tanto empenho e tanto orgulho daquelas palavras. Mas quantas vezes nós paramos para pensar o quão verdadeiros (ou não) são aqueles versos?

Me explico (precisa?): um hino nacional deve ressaltar aquilo que é intrínseco em uma nação, suas glórias, lutas, vitórias e conquistas, seus motivos de orgulho. Muitos versos do nosso hino têm essa função e a executam de bom tom, mas ultimamente eu tenho me incomodado muito com um deles, em específico. Cito: “Dos filhos desse solo és mãe gentil / Pátria amada, Brasil”.

Bom, pátria amada, sem dúvida. Mas “mãe gentil”? Não sei se esse solo já foi mãe gentil para alguém, mas olho ao redor e me preocupo. A quantidade absurda de impostos que pagamos para nada, a falta de qualidade do transporte, a falta de opções para moradia, o preço dos alimentos, das roupas, calçados, o acesso à cultura e ao esporte, os serviços de saúde…

Muita dirão que sou uma burguesia metida, reclamando de barriga cheia com meu iPhone na mão. A estes, só posso dizer que sei muito bem de onde saiu o suor para conquistar cada um dos meus poucos bens: e foi da minha testa. Além disso, a posse de uma ou outra conquista não me eximem do direito de ver de onde vim, para onde vou, de saber como sofri para subir cada um dos degraus que subi e de dizer o que acho que está errado. E tem muita coisa errada.

Trabalhar de oito a doze horas por dia para mal conseguir pagar o aluguel no fim do mês está errado. Ter acesso ao lazer em oportunidades raras em que é barato ou gratuito está errado. Só conseguir fazer uma viagem por ano, quando sobra dinheiro está errado. Passar a vida vendendo o almoço pra pagar o jantar está errado. Filas de dias, de meses no hospital, três, quatro horas de ensardinhamento por dia para ir e voltar do trabalho, depender de bolsas de estudo em faculdades particulares porque a qualidade do ensino público não lhe permite ser capaz de cursar uma universidade pública (que por seu próprio nome deveria servir ao povo, mas não no Brasil), poluição e sujeira por toda parte, falta de água para uns e sobra para outros, péssima distribuição de renda, economia dando sinais de que não está tão bem das pernas, o preço do pão, o preço da breja, o custo Brasil…

Fala aê, pátria amada, o que a gente faz para você ser mais Mãe Gentil? Porque sinceramente… não tá rolando!

Da beleza de mudar de opinião

Pessoalmente, sempre acreditei que quando você tem uma opinião formada, você precisa ser inteligente o bastante para defendê-la. Mas sempre achei a mudança de opinião ainda mais bonita, porque ela significa que você teve a decência de deixar-se ouvir, deixar-se comparar, deixar-se convencer.

Nesses 8 anos desse blog (cara, isso aqui existe desde 2006! Sério!) eu já expus minha opinião diversas vezes, sobre diversos temas. Minhas crenças religiosas estão aqui, sua evolução e mudança também. Minhas convicções partidárias estão aqui e suas mudanças também. Minhas preferências musicais, literárias, esportivas, cinematográficas, minha forma de pensar o conceito de família, de amizades, de relacionamentos e algumas das principais inquietações desse ser humano que vos escreve. E todas as mudanças nessas preferências, opiniões, atitudes e pensamentos também passaram de alguma forma por aqui, de forma mais ou menos discreta.

A responsabilidade de ter um blog, por mais que abandonado, é grande, já que é nele que você faz suas ideias se tornarem públicas. E como tornar públicas ideias que você tem medo de mudar?

Da mesma forma que encaro com seriedade a questão de escrever minhas opiniões aqui e relê-las anos depois, vendo o quanto mudei, encaro as coisas que digo por aí. Me dou o direito de ter uma segunda opinião, de ouvir, de tentar novamente, de quebrar meus próprios paradigmas, pré-conceitos.

Ter opinião formada é ótimo. Mudar de opinião é melhor ainda.

Sobre o ódio aos fã-clubes de Twitter

Eu odeio fã-clube de Twitter! Com todas as forças do meu coração, com toda a minha alma, com todo o ódio que pode existir em mim, “pq qdo eu odío eu ódiiiiooo” (a la Tiririca antes de ser político). E não, não venham me dizer que eu sou uma diretora de um fã-clube de Twitter, porque falar isso dos Skankarados é uma ofensa pública inadimissível.

Se você não entendeu ainda, eu explico. Fã-clube de Twitter é um negócio formado por um só virgem mal amado que não tem porra nenhuma pra fazer da vida e vai lá dizer para o mundo que é fã pra caramba de determinado artista só porque ele acha que isso é algo legal pra dizer a respeito de sua própria vida. Fã-clube de Twitter é um perfil que vai te seguir e mandar uma mention dizendo ‘amor, segue de volta?’ ou para os mais atrevidos ‘me segue que eu te sigo também, ok?’ (é claro que ninguém vai escrever certinho como isso, mas vocês estão captando a mensagem né?

Fã-clube de Twitter enche o saco de todo mundo para que o seu artista favorito ganhe todos os prêmios do universo (do Grammy até “Melhor cantor pra se ouvir no banheiro de cuequinha cor de rosa”) porque “porran, ele é lindo, perfeito, maravilhoso, meu tudo e merece pra caramba!” Fã-clube de Twitter é uma coleção de gentinha sem moral que não sabe nem a razão de achar o artista que ama legal, que não entende porra nenhuma de música, que não sabe nada da vida e que faz coisas incrívelmente inteligentes, conforme mostra a imagem abaixo:

Porque  o amor ao seu ídolo é mais forte em você do que o seu amor próprio e não existe nenhuma doença terrível que possa ser transmitida ou se agravar caso a droga que ela usou pra fazer isso estivesse enferrujada…

Enfim, eu odeio fã-clube de Twitter porque esse tipo de fã-clube não representa nenhum tipo de fã que leva a sério ser fã de alguma coisa. O Skankarados é diferente porque nós tentamos reunir fãs pra eventos com ou sem Skank, esses últimos com música que inspira a banda, ou para encontros de lazer mesmo. Somos sérios porque tentamos antecipar as informações e temos contato com a produção da banda em alguns momentos. Somos sérios, porque não cortamos os pulsos por ninguém e entendemos a relação fã x ídolo como a máxima que desejamos (isso mesmo, nenhuma Skankarada dá em cima de qualquer um dos meninos porque nós respeitamos o trabalho profissional dos caras). Temos um blog que na medida do possível é atualizado, estimulamos a participação em promoções da banda, votamos sim nos prêmios aos quais eles concorrem mas não fazemos só isso da vida (trabalhamos, estudamos, temos vida social além Skank) e tentamos estar presentes em todos os shows, porque o trabalho deles é importante para nós, que entendemos sua música e sua representatividade no estilo musical que seguem.

Acho que essas e outras características devem ser inerentes a todo aquele que quiser dizer que faz parte de um fã-clube. Além de tudo isso, somos amigos, porque é fã-clube não se faz sozinho e seria muito egocentrismo dizer que isso é possível. Por isso, temos muito…

Who is that guy?

Durante muitos anos da minha vidinha mediocre eu acreditei cegamente em um Deus. Fui uma católica exemplar, tentei andar na trilha da vida, lia a bíblia, ia a missas, fiz todos os níveis de catequese e tenho todos os sacramentos que minha idade me permite ter. É claro,  em algum momento da minha adolescencia e nascendo para a rebeldia, comecei a questionar algumas regras e tabús, discordava de algumas doutrinas e me perguntava o sentido de todas aquelas coisas… mas nunca deixei que esses questionamentos me abalassem… até o dia em que eu vi minha mãe morrer.

Aqui uma pausa. Não estou citando isso porque preciso da piedade ou da compaixão de ninguém. Acho que sou madura o suficiente pra não precisar desse tipo de afago. Esse momento é importante de ser mencionado pois foi o que definitivamente me fez questionar tudo e todos, inclusive a minha tão inabalável (até então) fé. Prosseguindo…

Se tem uma coisa que eu nunca vou entender e não há esforço que me faça pensar o contrário é como é que um Deus tão bondoso e misericordioso foi deixar a minha mãe, uma filha tão exemplar, morrer do jeito que ela morreu. Eu sei, todos morrem algum dia, isso é certo e eu nunca acreditei que isso seria de outra forma, mas, poxa! Tudo o que a D. Marlene mais odiava era pedir favores. Tudo o que ela menos gostava na vida era depender de alguém ou de algo para fazer qualquer coisa. Ela era do tipo que só pedia ajuda quando não tinha outro meio mesmo, do tipo que sempre se colocou na posição de ajudar e não de ser ajudada. Ela sempre odiou hospitais. Fugia deles como o diabo foge da cruz. E véio… ela morreu num hospital, um mês e dez dias depois de entrar em outro. Sem movimentos das mãos. Sem movimentos dos pés. Precisando de ajuda para qualquer coisa. Sem voz. Sem nada.

Desculpem caros amigos, mas não venham me dizer que ela precisava passar por essas provações na vida. Ela sofreu a vida toda e eu sei muito bem como foi porque eu estava lá por boa parte do tempo. Não venham me dizer que isso aconteceu assim porque era pra ser, porque o plano de Deus era esse, porque essas provações a fizeram ser o exemplo que ela foi , que suas palavras de fé e perseverança inspiram a todos e que eu não deveria deixar a minha fé ser abalada por causa disso porque ela não queria assim. Eu já decorei esses discursos. Respeito, mas não aceito. Custava ter sido um pouco menos trágico? Um pouco menos de sofrimento para quem já tinha sofrido tanto na vida? Um pouco menos de crueldade? Um pouco mais de compaixão?

Mais de um ano se passou e eu não consigo achar respostas para essas perguntas. De alguma forma elas sempre vão ficar na minha cabeça. Quem é esse cara da misericórdia, do amor, da compaixão, que deixou que tudo acontecesse do jeito que aconteceu? Porque tanto sofrimento para alguém que só fez amá-lo, respeitá-lo e adorá-lo durante sua vida inteira, como uma verdadeira serva?

Talvez seja duro de se ler (e acreditem, é duro de dizer) mas no fim de todas as contas a morte da minha mãe me fez bem. Eu cresci, virei adulta de verdade, pus os pés no chão e caminhei para a verdade da vida. Sozinha porque o mundo quis assim, mas com as melhores companhias que eu poderia ter. E nesse sentido, eu acredito que há alguma coisa nesse mundo que não é um simples acaso. De alguma forma, antes, durante e depois da doença da minha mãe o mundo foi conspirando devagar para que eu me tornasse o que eu sou hoje. Eu conheci as pessoas certas, me aproximei das pessoas certas, contei com o apoio de pessoas muito certas, sem as quais eu acredito que tudo seria bem mais difícil, estava no lugar certo, no tempo certo.

Não existe nenhuma coincidência que possa explicar tantas coisas que aconteceram nesse período da minha vida. É por isso que por mais que eu tenha deixado de acreditar no barbudão branquelo, no seu filho cruscificado e na pomba branca, eu sei que existe alguma coisa. Talvez minha mãe estivesse certa e esse Deus aí que ela passou a vida inteira pregando realmente seja o cara. Talvez a razão seja dos espíritas. De qualquer outra religião. Talvez seja ainda daqueles que acreditam que existe uma força superior que nos guia, que embaralha e desembaralha as cartas do jogo da vida e as lança por nós, numa jogatina sem fim, com todos os melhores propósitos, mas sem fins para justificar os meios. Eu só sei que essa bagunça toda me fez deixar para trás o menino Jesus de Nazareh e acreditar que, mesmo que ele tenha sido um grande cara, talvez não seja ele o cara.

O que importa é que mesmo não tendo mais a minha fé de antes eu não posso reclamar. Eu cresci uns 10 anos nos últimos 2. E se há alguma força maior responsável por todos os acasos que aconteceram na minha vida de lá para cá, obrigada! Eu acho que você é um ser muito ocupado para se preocupar com o que as pessoas fazem antes ou depois do casamento, ou com que tipo de regra pode-se estabelecer para o pagamento de dízimo, o ensinamento de um livro velho para todos os povos ou a divulgação de algumas parábolas… De qualquer forma, mesmo não sabendo quem é você ou o que você quer, eu sei que você de algum jeito existe. E que você é o cara!

#MaisCorMenosPreconceito x #MenosCorMaisRock: existe mesmo um lado certo e um errado?

Abri o Twitter agora à noitinha e me deparei com um dos absurdos mais estranhos que a minha geração já produziu: as hastags #MaisCorMenosPreconceito e #MenosCorMaisRock brigando por espaço nos Trending Topics Brasil. Uma parte da turma tem entre seus 12 e 20 anos e quer que a outra turma pare de ser agressiva e respeite o que chamam de “Happy Rock” ou “Rock Colorido”. A turma do outro lado, mais experiente, entre 22 e 40 anos quer que “as crianças” parem de chamar de rock esse “lixo de música colorida” de Rock. Acho que ambas as tags são infantis e refletem um pouco da falta de reflexão das pessoas sobre o assunto em pauta “Música”. Mas eu me explico.

  • Queridos amigos coloridos: não é só o Restart e o Cine que sofrem preconceito no Brasil. Aliás, não é só no Rock, nem só na Música que isso acontece. As mulheres sofrem preconceito, os homens sofrem preconceito, os homossexuais, os negros, as virgens, as não virgens, prostitutas, aidéticos, empregados (as) domésticos, lixeiros, gerentes, superintendentes, atendentes de Call Center, negros, brancos, índios, ruivos, mulatos, mestiços, nerds, deficientes, gordinhos, magrinhos, enfim, toda classe de pessoas “diferentes do normal” sofrem algum tipo de preconceito, não só no Brasil como em todo o mundo. Será que a causa de vocês é assim tão especial e única para exigir esse tipo de “respeito” alheio, enquanto milhares de outros seres humanos continuam por aí a fora sofrendo diversos tipos de abusos? Quer dizer, não acho certo que haja qualquer tipo de preconceito, mas porque o fato de outra pessoa não gostar do mesmo tipo de música que você é mais importante, por exemplo, que as idas e vindas da nossa balança comercial? Que os problemas com corrupção, drogas e crimes diversos no nosso país? Será que você realmente precisa levantar bandeira para brigar simplesmente porque quer que outras pessoas aceitem o que você gosta / ouve? Será que não é possível para você lidar com o fato de que outras pessoas têm gostos diferentes do seu e não precisam concordar com você em tudo? Pense nisso!
  • Queridos amigos “rockers”: alguém aí já parou para pensar no que quer dizer a tag #MenosCorMaisRock? Pessoal, vamos lembrar a origem: Elvis Presley, quando ainda nem se sabia o que o rock´n´roll seria, dançava e cantava na TV, fazendo movimentos extravagantes com sua cintura (cortada das câmeras pelas emissoras) e vestia adereços exagerados que tinham muita COR. Chuck Berry também exagerava nas vestimentas, posando com blusas coloridas, jaquetas vermelhas / azuis ou mesmo estampadas. O que dizer então da psicodelia dos anos 60? E dos Beatles, que firmaram as estruturas do que hoje chamamos de “rock´n´roll”? Vocês esqueceram o Stg. Peppers mesmo? O Yellow Submarine também? E os hippies? E o Woodstock? E aqui no Brasil, a Jovem Guarda? E o movimento Tropicalista? O nosso Raul Seixas e a nossa Rita Lee? Todos os citados eram muito mais que cor, eram alma, conteúdo, sonho, esperança de um mundo melhor. E tudo isso foi esquecido só porque você quer ter razão em brigar com adolescentes, que estão descobrindo agora o sentido de suas vidas e que gostam de se exibir com suas calças jeans laranjas?  E aqui vale para vocês também: será que não há nenhuma causa que valha mais a pena defender do que o meu direito de não esbarrar com um adolescente de cabelo em pé, tênis com 5 cores de cadarço diferente, camiseta azul piscina e calça jeans amarelo ovo? Será mesmo que não preciso me preocupar com mais nada a não ser convencer esses pentelhos de que Rage Against The Machine é melhor que Fresno e que Cine? Pense nisso!

Acho que os dois lados estão errados, porque ninguém cogitou em nenhum momento usar uma simples palavra: RESPEITO.

Ninguém te rouba o direito de gostar ou de não gostar de algo, contanto que você o faça no seu canto, sem ferir ou magoar ninguém, respeitando o que há de melhor e de pior no outro. Isso sim faz toda a diferença.

BBB – a mania nacional de cuidar da vida dos outros

Esses dias, recebi um e-mail bem interessante sobre a visão de um poeta em relação ao BBB. Compartilho-o:

BIG BROTHER BRASIL

Autor: Antonio Barreto,

Cordelista natural de Santa Bárbara-BA,
residente em Salvador.

Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.

Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.

Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.

Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.

A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira..

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…

FIM

Salvador, 16 de janeiro de 2010.

Acho que não preciso dizer que este é um dos cordéis mais bacanas que já li, visto que concordo com tudo o que foi dito por Barreto, nesses versos incríveis da tradição nordestina, que me remetem aos laços familiares. Ainda assim hoje, fiz a experiência maior: como nunca havia acompanhado uma edição completa do tal programa, resolvi pagar pra ver: assisti à 15 minutos do programa após a novela. Não consegui mais. Me deparei com dois cidadãos discutindo, uma galera tramando, um e outro comentando a briga, outros pedindo controle. Ouço tantas conversas sobre o programa no meu estágio que já sei os nomes e as personalidades de alguns dos ‘confinados’. Respeito a todos os que assistem, acompanham e torcem, mas não consigo discordar de Barreto e muito menos acompanhar o programa… acho-o pobre, desprovido de conteúdo interessante, não consigo assistir, nem que seja para me “alinhar às conversas do momento”. Quando a edição acabar, as pessoas vão voltar a falar de outras coisas e eu vou voltar a entender e participar das conversas. Enquanto isso, continuo quieta.

De uma forma ou de outra, o programa só representa uma das principais características do ser humano: o prazer inigualável de cuidar da vida dos outros. Como a sábia mamãe sempre diz “Antes de ver o cisco que existe no olho do outro, retire a trava que está no seu”. Não sei o porquê de as pessoas gostarem tanto de ver o que o outro faz, o que diz, o que pensa… acho mais produtivo analisar as próprias ações, mínimas e máximas, mas que farão diferença apenas para si mesmo e mais ninguém.

É tão difícil achar algo interessante para ver na própria vida que se deve procurar o que discutir na vida dos outros?

MJ… pra ficar na memória

Michael Jackson morreu. Acho que demorei demais pra me manifestar, mas isso foi ou por falta de coragem ou por falta de palavras. Escrever um artigo sobre a morte de um dos maiores ídolos da música deve doer a qualquer pessoa que tenha no mínimo de bom senso. Infelizmente, tem um monte de babaca por aí fazendo milhões de piadas idiotas a respeito do cara, o que eu vejo como falta do que fazer ou falta de respeito, para ser bem gentil.

Não. Não virei fã apaixonada, louca, alucinada, pirada e única do Michael Jackson. Seria hipocrisia demais dizer algo assim. Vou repetir uma frase que minha mãe sempre diz, e que lembrei agora, que manifesta exatamente o que eu sinto em relação à morte do rei do pop: “A gente só sabe o que tem quando perde”. Dizem que mãe sempre acerta, e a minha mãe acertou. Eu só fui entender o Michael Jackson, só fui compreender a falta que ele fará, só comecei a me dar conta de verdade da importância desse homem quando, na tarde da quinta-feira 25 de junho último, e enquanto escutava “Say, Say, Say”, descobri que não o teria mais, que Michael Jackson, aquele homem que cantava junto ao meu querido Paul McCartney um de seus grandes sucessos dos anos 80, não existia mais. Eu e o mundo o tínhamos perdido para sempre, levado ao céu por um ataque cardíaco.

Os discos do Michael que marcaram minha infância... eu era feliz e não sabia!
Os discos do Michael que marcaram minha infância... eu era feliz e não sabia!

De imediato, lembrei de “Black or White”. Aquele “tanananan tanananann” seguido do gritinho empolgado de “aaaauuu!” do cantor dançarino que deixou de ser negro e se transformou num homem branco me veio à cabeça junto às lembranças dos discos do meu pai, que escutava os sons do Jackson em domingos ensolarados. Nessas ocasiões, meu pai relembrava a sua época de solteiro, e ficava admirado das mudanças no tom de pele do cantor, ilustradas nos bolachões que com cuidado ele colocava na vitrola. O cuidado maior era ao por o disco pra tocar. Naqueles discões só a agulha da vitrola se aproximava pra por a música pra tocar, e a ação era cuidadosamente planejada, pra o disco não arranhar. Meu pai não sabia, mas aqueles momentos me faziam muito feliz. Eu ficava escutando aqueles grunhidos em uma língua que eu não entendia, e tentando adivinhar o que aquele negro/branco das fotos dos LPs estava dizendo. Enquanto isso eu admirava a potência de ritmo que aquela música tinha e pensava no porquê de ser tão diferente dos cantores sertanejos que meu pai também era acostumado a escutar. Depois, lembrei da primeira vez em que vi a dança do Michael Jackson, e a mágica com que seus pés se desgrudavam do chão, nos passinhos conhecidos no mundo inteiro como Moonwalking, talvez porque só um homem para o qual a gravidade terrestre não existisse poderia reproduzir aquilo com tamanha precisão. Thiller e o clipe assustador que eu nunca tinha visto completo (até aquela data, porque depois o mundo passou a respirar o Jackson e aí eu vi o clipe umas 15 vezes) e milhares de outros sucessos, até a bonita “Say, Say, Say” que não era das minhas favoritas do álbum, e que eu até pulava quando começava, mas que ficou mais presente depois da morte do astro.

Outros discos que marcaram momentos felizes da vida da Rakky
Outros discos que marcaram momentos felizes da vida da Rakky

Cada nova canção me trazia uma nova inquietude. Como ele foi injustiçado durante os breves 50 anos de vida… como foi explorado, desde a infância, como deixou de ser uma criança comum para se tornar um grande astro, e como esbanjou do merecido reconhecimento. Como sofreu, primeiro com a mudança rápida de hábitos e a exploração absurda por parte do pai, depois pelo excesso de mídia e pela falta de privacidade, depois pela invasão constante da imprensa sensacionalista em sua vida, depois pela doença, o raro vitiligo, que tirou de sua pele o negro e lhe enfraqueceu tanto. Enfim, os relacionamentos conturbados, a solidão. Neverland e a vontade de ser criança novamente. Os filhos. As esposas. Novamente a solidão. As acusações. A depressão. O uso abusivo de remédios para evitar a dor. E a morte, inesperada, assustadora, triste.

Talvez, se Jackson soubesse que era tão amado, tão querido, tão respeitado em todo o mundo e por tantas pessoas, se ele tivesse imaginado a quantidade de homenagens que o mundo inteiro tem lhe prestado a cada dia, talvez ele tivesse um novo ânimo pra viver. Talvez, conhecendo todo esse amor que o mundo inteiro lhe dedica, ele não teria morrido. Talvez, se Michael Jackson conhecesse de verdade sua importância para a história da música pop, para a cultura e para a arte de uma forma geral, ele ainda estivesse entre nós. Baixando seu chapéu com a mão encapada pela luva branca com brilhantes, erguendo esguiamente seus olhos, fazendo as sapatilhas pretas flutuarem no chão, próximas às meias brancas, rebolando e cantando, performático e incrível como uma lenda deve ser.

É essa a imagem que vai ficar. Michael Jackson, se junte à Lennon e a Elvis. Obrigada por tudo, você é único.

Imortal.

Obama: O Lula das Américas

Não me vejo como uma lunática e espero que você leitor também não. Mas foi exatamente o que escrevi no título desta postagem o que pensei quando abri o jornal hoje de manhã e vi uma gigantesca foto do novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Tudo bem que não é nenhuma novidade que ele tenha ganho. McCain cometeu erros graves desde o início de sua campanha, foi imprudente, sensacionalista e não conseguiu convencer o eleitorado. Além destas “pequenas falhas”, contou com a “ajuda especial” da crise financeira mundial e dos posicionamentos cada vez mais reprovados do Partido Republicano. O resultado disto tudo estava mais que óbvio: a inteligência, sutileza e brilhantismo de Barack ganhariam as eleições.

Embora haja todo o positivismo, a alegria e a espectativa em relação ao “primeiro presidente negro dos EUA”, aqui começam as preocupações: a nação americana, tal como os brasileiros, bolivianos, venezuelanos e outras nações da américa latina já fizeram, escolhem o presidente que mais tinha em seu perfil a marca da “mudança”. Barack também fez campanha neste sentido. Seu slogan dizia isto. Seu posicionamento dizia isto. Até sua origem dizia isto. E a nação americana finalmente resolveu mudar. Isto é histórico e merece aplausos de todo o mundo. A filha de M. Luther King não está errada ao dizer que o pai ficaria orgulhoso dos americanos, se estivesse vivo.

Os desafios batem à porta. Alguns deles são quase tão complicados quanto a própria mudança histórica, que elegeu Obama com 64% dos americanos comparecendo às urnas. Alguns dos desafios do novo presidente, que assumirá em 20 de janeiro de 2009 serão:

  1. Equilibrar a economia americana, que vive a sua pior crise desde 1929;
  2. Definir o futuro da guerra contra o terror, iniciada por Bush, que até agora não resolveu nenhum dos problemas americanos e foi um dos pontos determinantes para a rejeição do republicano John McCain à cadeira presidencial, por sua ligação com Bush e apoio à guerra;
  3. Administrar a nação mais poderosa do mundo, sem desiludir seus eleitores;

Situação parecida a esta encontrava-se no Brasil em 2002. O país estava quebrado, devendo e sem perspectivas de futuro quando Lula assumiu. Aliás, até em discurso, os candidatos se relacionam. Uma semana antes de ser eleito, Obama utilizou-se das mesmas palavras de Lula durante uma propaganda na TV. “A esperança irá vencer o medo”, disse Obama, tal qual fazia Lula em suas campanhas.

Cabe ao candidato democrata atender às espectativas da população e manter seu índice de aprovação sempre crescendo, da mesma forma que faz o presidente Lula. Reeleito, sem qualquer envolvimento comprovado com a corrupção (para revolta da oposição) e fazendo o país ser cada vez mais reconhecido no mundo, o presidente Lula surpreende a cada dia. A nação americana também quer o seu Lula.

Vá lá Obama, o mundo está com você! Afinal “we can!”

Crédito da foto: Agência Reuters

Ser ou não ser… Ético?

Mais uma reflexão maravilhosa da Rakky Skank

15/03/2006

Nos tempos atuais é cada vez mais difícil ser ético. Por mais que se faça, não há meio, o mundo é dos antiéticos. No trabalho, na escola, em casa, com os amigos, poucos são os providos de sanidade (ou seria insanidade??) suficiente para por em prática a sua ética, o seu comportamento, o seu ideal de vida. As pessoas simplesmente estão desacostumadas a agir corretamente, e a vida em sociedade ao invés de nos impor normas para um convívio correto (ético), acaba por nos ofender (atingir a nossa moral) mostrando-nos a ignorância do o comportamento de pessoas que deveriam se exemplos a se seguir.
É uma questão de opinião.
O que para mim pode parecer normal, ou ainda para alguém de meu convívio, pode parecer uma ofensa pessoal a outrem. E vice-versa. Ao meu ver, sujar as ruas é antiético. Talvez a outro alguém isso possa parecer comum, ou pode até virar mania. Outro exemplo que eu posso dar é que eu aceito o casamento homossexual (amigos, não se assustem, eu ainda sou católica, mas eu me explico, não parem de ler agora!) desde que o casal não influencie de nenhuma forma qualquer outra pessoa que possa ou não conviver com ambos. Sou a favor da felicidade. Seja qual for a forma que se use para chegar a ela. Talvez você leitor ache esta minha posição absurda ou veja o casamento gay como algo totalmente antiético. Já disse, é uma questão de opinião, e eu não tentarei aqui mudar a sua.Mas o exemplo mais lógico de algo absurdamente antiético que acontece na frente dos nossos olhos com o apoio da grande maioria da população é a forma de divisão das cotas do ProUni, o mais novo “sucesso de vendas” do governo federal. Calma gente, eu não sou mais uma anti-Lula querendo criticar o coitado, mas observem o meu ponto de vista: eu me inscrevi para o ProUni. Eu estou na faculdade só por causa do programa. E, sinceramente, acho que foi uma grande idéia. Mas, vejam a divisão de cotas: as pessoas que se classificam na grade como brancas e/ou pardas concorrem a bolsas com notas bem mais altas do que as mesmas cotas das mesmas bolsas para as pessoas que se inscrevem como negros e indígenas. É absurdo que depois de tudo o que sofreram para a construção deste país, de tudo o que lutaram, de tudo o que fizeram, de tudo o que construíram, é absurdo que os nossos irmãos negros e indígenas continuem a ser tratados com inferioridade. Acaso alguma pessoa, só por ter a pele mais dourada de sol, tem, só por este detalhe, o cérebro menor ou com menos capacidade de armazenamento? Acaso os negros devem sempre se classificados como inferiores? Acaso um índio que queira prestar vestibular tem naturalmente menos chances de passar em uma prova que um branco, somente pelo detalhe da cor de sua epiderme? Não, e repito, não! Temos todos a mesma capacidade, a mesma inteligência, somos todos irmãos e iguais. Não estou aqui protestando por ter que conseguir uma nota maior para entrar no programa, não é este o meu objetivo. Acredito que não se deve subestimar a capacidade de ninguém, nunca. Talvez alguém leia isso e pense que o governo foi coeso em distribuir as cotas com exigências maiores ou menores para determinadas classes. Não mudo meu modo de pensar. O ProUni foi a melhor idéia do governo até hoje para colocar mais brasileiros no Ensino Superior, foi um grande investimento em educação. Mas nada é perfeito.
É difícil, muito difícil ser ético atualmente. Não temos mais noção do certo e do errado, num mundo onde tudo o que era errado passa a ser certo, e onde tudo muda, muito rapidamente. O modo de pensar do ser humano tem mudado. Será q a ética também mudou? Será que agora é ético ser antiético? Por via das dúvidas, eu continuo tentando ser ética. Ou será que eu estou tentando não ser antiética? Ser… Não ser… reeinventando vagalmente as palavras de Veríssimo, ‘fica difícil saber quando se está sendo ético num mundo onde você não consegue ser correto nem com o seu cachorro, sem ser motivo de zombarias’.

Eu continuarei tentando.


A legalização do aborto. Sim ou não?

Todas nós meninas temos que ficar antenadas! Pois é, circula nos corredores da Câmara dos Deputados dois projetos de lei para aprovar a descriminalização do aborto no Brasil. Um deles para votar um plebiscito, e deixar a decisão nas mãos do povo, e outro para votar a legalização irrestrita do aborto, o que faria com que só fosse crime no Brasil, se o aborto fosse cometido sem a autorização da mãe.
Crime contra a vida ou escolha da mãe? O debate envolve razões muito mais amplas. Hoje, o aborto é proibido no Brasil. Mais são raros (ou quase inexistentes) os casos de mulheres que foram presas por interromper a gravidez. Somente em casos de estupro ou no caso de anencefalia (quando o bebezinho não desenvolve o cérebro) a mulher pode interromper a gravidez, de forma legal ou com autorização judicial. Certo então. Se é crime , porque não há pena? Se não há pena, porque é crime? Sabemos que existem várias clínicas clandestinas que fazem abortos de forma duvidosa, espalhados por todos os cantos do país. Sabemos também, que a Igreja em geral, especificamente a católica, abre o debate e se posiciona totalmente contra, no ‘sim à vida’ como é chamado o movimento. E agora, o que fazer?
O aborto é a terceira causa de morte materna no Brasil. Isso significa que milhares de brasileiras, que recorrem ao aborto, o fazem através de clínicas clandestinas, sem ter o menor preparo. No ano de 2006, o SUS (Sistema Único de Saúde) executou aproximadamente 220 mil curetagens (é o processo de raspagem do útero, para a retirada dos possíveis restos do feto) como forma de terminar um trabalho mal-feito de parteiras irregulares. Não há como saber se todas as mulheres submetidas à curetagem pelo SUS fizeram um aborto ilegal, ou quantas tiveram aborto espontâneo. O que se vê é que muitas mulheres morrem na tentativa de aborto, principalmente nas camadas menos favorecidas da sociedade.
Há outros métodos também. Não gente, chá de jornal não é abortivo (e deve ser ruim pra caramba também). Temos a sucção ou aspiração, em que um tubo com ponta fina é introduzido no útero (é claro, depois de uma anestesia local). Em seguida, uma sucção (bem mais forte que a do seu aspirador de pó) puxa o feto, depositando-o em um balde. Em seguida, o médico retira o crânio, que geralmente não sai na sucção. Drogas e plantas também são usadas. Algumas são tóxicos inorgânicos, como arsênio, antimônio, chumbo, cobre, ferro, fósforo e vários ácidos e sais. Chás de ervas também são usados. Devem ser tomados em grande quantidade para surtirem efeito (losna, abuteia, alecrim, algodaro, arruba, cipómil, esperradura e várias ervas amargas). E é claro, a pílula-do-dia-seguinte, entre tantos outros. Só que para todos os métodos à complicações. Perfuração do Útero, Hemorragias uterinas, risco de lesões no intestino, na bexiga, nas trompas e até a Extração completa do útero (Histerectomia) são alguns deles, que variam de acordo com o método usado.
Enquanto não temos o resultado das votações e a polêmica continua, vale avisar: nunca deixe a camisinha de lado, não abandone seu anticoncepcional e cuidado garota! Evitar uma gravidez indesejada é bem mais fácil do que decidir sobre um aborto depois!